Marvila terminou de comer a banana com calma, como se não tivesse ouvido o pedido. Lavou as mãos, pegou a bolsa e caminhou até o carro sem olhar para trás.
Dom entrou na cozinha alguns minutos depois, trazendo o vestido no cabide. Mas a cozinha estava vazia. Ele franziu o cenho, olhou em volta e, ao notar a ausência dela, marchou até a porta de saída, irritado. Da janela, viu a caminhonete, Marvila já estava sentada no banco do passageiro, olhando pela janela, indiferente.
Ele caminhou firme, com o barulho de seus passos ecoando no chão. Abriu a porta do carro com força, irritado.
— Você deveria se envergonhar, Marvila. — disse, bravo, batendo o pé.
— De andar assim. Vá se trocar. Por favor.
Ela virou o rosto devagar, com os olhos cheios de afronta.
— Vergonha? — rebateu, com a voz firme apesar do coração acelerado.
— Quem deveria ter vergonha é você, Dom. De andar comigo usando as roupas e o perfume da sua falecida esposa.
O silêncio caiu como uma pedra entre eles. Dom fechou a porta