Capítulo 20

O frio típico de São Paulo cortava a manhã como navalha. Cada passo meu em direção à cafeteria era acompanhado por rajadas de vento gélido que desciam pela espinha, arrancando arrepios involuntários. Mas havia algo que contrariava aquele clima cinzento - o calor suave de um beijo. O beijo dele. Ainda podia sentir o gosto morno de café e afeto que Castiel havia deixado em meus lábios antes de partir. Era a forma silenciosa que ele encontrou de me proteger. De me amar.

Castiel tinha tornado rotina deixar-me no trabalho e buscar-me no fim do expediente. Seu cuidado transbordava até nas menores ações. E, embora eu gostasse do ambiente no Aroma Café - com Catarina, Joana e Marcos sendo mais que colegas, quase família -, havia dentro de mim uma inquietação constante. Um anseio por mais. Foi por isso que aceitei o curso que Castiel insistiu em pagar.

Ser garçonete me dava dignidade, mas não estabilidade. Meu salário de R$ 1.600, descontado, virava R$ 1.400 - mal o suficiente para sobreviver.
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