O quarto estava mergulhado em penumbra quando Natalie abriu os olhos. As cortinas pesadas filtravam a luz da manhã, e o silêncio da mansão era quase absoluto, exceto pelo som distante do vento batendo contra as janelas. Por um momento, ela ficou ali, deitada, sentindo o calor ainda impregnado nos lençóis — lembranças da noite anterior queimavam na memória, tão vívidas que a pele parecia arder só de pensar.
O corpo doía, não de forma desagradável, mas como consequência das mãos e do toque rude de Alejandro. Ele não tinha dado trégua, assim como prometeu.
Mas agora, o vazio ao lado na cama fez o peito dela apertar.
Ela se sentou devagar, ajeitando os fios bagunçados de cabelo, e foi só então que percebeu a camisa jogada sobre a poltrona ao lado. Era dele. O cheiro inconfundível — couro, tabaco e algo que era apenas Alejandro — ainda impregnava o tecido.
Vestiu a camisa automaticamente, os botões grandes passando entre os dedos enquanto a mente ainda tentava organizar os pensamentos.