O dia seguinte amanheceu com o mesmo peso sufocante da noite anterior. O sol mal despontava no céu e Natalie já estava de pé, sentindo que o mundo exigia dela mais do que podia oferecer. As palavras de Alejandro ainda ecoavam em sua mente — impregnadas como um lembrete de que, por mais que tentasse negar, ele estava por toda parte. Observando. Controlando. Cercando.
Vestiu o jaleco como quem veste uma armadura. A única que tinha.
Ao chegar ao hospital, tudo parecia inalterado — os corredores brancos, os olhares contidos, os sorrisos educados demais. Mas havia algo diferente nela. Já não era apenas a médica estrangeira. Agora era a mulher que ele havia notado. E todos pareciam saber disso.
Na sala de descanso, uma das enfermeiras, Clara — jovem, de olhos atentos e voz baixa — aproximou-se com uma caneca de café nas mãos.
— Difícil dormir na primeira noite, né? — disse, sem encará-la diretamente.
Natalie ergueu as sobrancelhas, surpresa com a abordagem. — Algo assim — responde