Bea Pov

 Olho a tela da televisão como se fosse algo hipnótico. O rosto da Melanie preenche o visor com uma serenidade que me dá náuseas, uma calma artificial que me revira o estômago como veneno. Sinto um gosto amargo subir pela minha garganta. É ânsia. É raiva. É asco puro e destilado.

Como ela consegue continuar firme e forte depois do que aconteceu? Depois de tudo o que fiz? Depois que matei seus patéticos pais com a frieza de quem tira uma peça de um tabuleiro? Ela ainda está lá, de pé, erguida com aquela postura de princesa resiliente, sendo a noiva do rei, como se nada tivesse acontecido. Como se a dor tivesse escorrido por ela sem deixar manchas. Como se suas lágrimas fossem limpas e aceitáveis. Declarando a verdade em rede na