A manhã trouxe consigo o som monótono dos monitores cardíacos e o leve burburinho dos enfermeiros circulando pelo hospital. Fellipo não pregou os olhos. Ele não poderia. Não enquanto Cecília ainda estava ali, deitada naquela cama, com a respiração controlada por aparelhos e o corpo fragilizado.
Os médicos entraram no quarto em silêncio, sérios. Fellipo se levantou de imediato, os olhos afiados como lâminas.
— E então? — Sua voz carregava a tensão de dias sem respostas.
O mais velho entre os médicos respirou fundo antes de falar:
— Ela é forte, senhor Fellipo, mas agora depende dela para acordar. Fizemos tudo o que podíamos. A partir de hoje, teremos que reduzir gradativamente os medicamentos para dor...
O mundo parou.
Fellipo franziu o cenho.
— Como assim? Vocês vão deixar ela sentir dor?!
O médico manteve a postura profissional, mas Fellipo viu quando ele engoliu seco.
— Infelizmente, é necessário. Com a sedação diminuída, o corpo dela precisará lutar para se recuperar. Mas sim, senho