O pátio inteiro pareceu congelar quando a voz monstruosa de River ecoou, grave e arranhada, como rochas se partindo:
— Cale-se!
A voz dele saiu lenta, gutural, difícil de entender, mas ainda assim tão poderosa que fez alguns lobos recuarem instintivamente, abaixando a cabeça. Era raro ver um lycan falar na forma de lobo, quase impossível, um esforço que mostrava o quanto ele queria que cada palavra fosse ouvida.
Kael ergueu o rosto, o sangue escorrendo pelo canto da boca, os olhos cheios de um ódio febril. Ele tentou rir, uma gargalhada rouca, falha, mas o som morreu em meio a um acesso de tosse.
Lyra deu um passo à frente, os cabelos dourados caindo sobre os ombros, o olhar firme queimando no rosto do alfa caído. Apesar de pequena, havia uma imponência em sua postura que Kael nunca havia visto, ela não parecia mais um animal acuado, agora tinha noção de seu poder ao menos de parte dele.
— Cale essa boca imunda — disse ela, a voz firme, clara, que ecoou pelo pátio inteiro. — Está fala