— Ricardo, eu… estou cansada. Você bebeu demais. A gente pode conversar outro dia, está bem?
Ela tentou afastar o braço, mas ele segurou por mais um segundo, soltando com um leve sorriso malicioso.
— Tudo bem. Vou guardar a conversa para outro momento.
Alina respirou aliviada e virou-se para ir embora. Porém, antes que pudesse dar um passo, ouviu a voz firme e carregada de irritação de Joaquim ecoar pelo corredor.
— Alina.
Ela se virou rapidamente, o coração disparado. Joaquim estava parado no final do corredor, sem camisa, a calça de moletom pendendo perigosamente sobre os quadris, e segurava um copo de uísque quase vazio. O olhar dele estava cravado nela e em Ricardo, com uma intensidade que fez seu estômago se contrair.
— Joaquim, eu… — começou, mas ele a interrompeu, a voz cortante.
— O cartão. Quero o cartão que Ricardo te deu.
Alina sentiu o rosto corar, a vergonha e a raiva misturadas.
— Eu não vou te dar. Isso não é da sua conta — rebateu, tentando manter a voz firme,