Callum observava Isabel da poltrona, com o cenho ligeiramente franzido, como se tentasse se lembrar de algo que lhe escapava. Todas as noites, sua presença o enchia de uma estranha paz, mas também lhe gerava uma inquietação que não conseguia compreender. Era como se cada palavra que compartilhavam, cada gesto, trouxesse consigo uma sensação de familiaridade que não conseguia situar.
— O que você fez hoje? — perguntou Callum depois de um longo silêncio, sua voz baixa e algo insegura.
Isabel levantou o olhar da maçã que descascava, piscando um pouco surpresa. Ele costumava perguntar por cortesia, mas desta vez havia algo diferente em seu tom, algo mais genuíno.
— Nada interessante, realmente. Estou reclusa nesta casa por minha segurança, lembra? — respondeu com um leve sorriso e dando de ombros.
Callum inclinou a cabeça, como se tentasse encontrar um ponto de referência em sua mente, algo que o ajudasse a conectar essa informação.
— Sua segurança... — repetiu num sussurro. — Por que