As luzes do hospital piscavam levemente, projetando sombras nas paredes brancas. Isabel chegou ao balcão quase sem fôlego, com o cabelo despenteado e a roupa encharcada de suor. O medo a havia impulsionado a correr sem parar desde o local do acidente.
— Callum Rutland? — perguntou com voz entrecortada, tentando parecer calma.
A recepcionista ergueu o olhar, avaliando-a por um instante.
— A senhora é parente? — perguntou.
Isabel hesitou, mas a necessidade de vê-lo era maior que qualquer escrúpulo moral.
— Sou sua esposa — Isabel se levantou de um salto.
O título saiu de seus lábios com facilidade, embora lhe deixasse um gosto amargo. Não havia tempo para explicações, nem para justificativas. Precisava estar ali, precisava saber que ele continuava vivo.
Duas longas horas depois, um médico de rosto sério e olhar analítico a encontrou na sala de espera.
— Senhora Rutland?
Isabel assentiu rapidamente, levantando-se de uma vez.
— Sim, sou eu. Como ele está? — se levantou imediatame