A cabana parecia menor naquela noite. As paredes de madeira absorviam o silêncio espesso, enquanto do lado de fora o vento lambia as janelas com inquietação. Era como se o próprio mundo ainda ecoasse o que havia acontecido no ritual. Mas ali dentro, no abrigo frágil de tábuas e velas vacilantes, havia uma trégua silenciosa.
Brianna olhava pela janela. O reflexo do vidro mostrava seu rosto pálido, os olhos marcados pelo cansaço. Seus dedos tocavam levemente o símbolo que Thanar deixara gravado em seu pulso — um selo de luz dourada, ainda pulsante, como uma memória viva. Ela não conseguia decidir se aquilo era um dom ou uma sentença.
Atrás dela, Klaus estava deitado no colchão improvisado, a respiração ainda irregular. Sua camisa aberta deixava à mostra o peito pálido e as veias escurecidas pela magia que o atravessara. Peter sentava-se ao lado, aplicando um unguento feito com ervas que Brianna havia preparado. O gesto era cuidadoso, mais gentil do que ela já vira em suas mãos brutais.