Nunca imaginei que encontraria minha filha Cheza, mas a esperança era a única coisa que me mantinha vivo. Lembro-me de tudo o que aconteceu durante esses anos, olho para minha filha e meus pensamentos viajam ao passado.

Eu estava ansioso e cheio de medo enquanto lutava para sair daquele portal em que Lucrecia me havia trancado para me proteger. Ela prometeu que voltaria para me buscar, mas não cumpriu sua palavra. Os anos se passaram e o desespero se tornou minha única companhia.

O portal era um vórtice de sombras e luzes intermitentes, uma brecha na realidade que distorcia o tempo e o espaço. Sentia minha essência desmoronar e se reconstruir em um ciclo interminável de dor e confusão. Cada segundo parecia uma eternidade. Mas finalmente, com uma explosão de força que eu não sabia que possuía, rompi as correntes invisíveis que me prendiam e emergi da escuridão.

Ao sair, desabei no chão. Meu corpo, outrora poderoso, parecia fraco e frágil, quase humano. A cidade ao meu redor estava esco