RENZO ALTIERI
Acordei no meio da madrugada. A sala de cinema estava mergulhada num silêncio absoluto, só interrompido pela respiração tranquila do meu filho e da minha esposa. Senti os bracinhos do Dante agarrados em mim, apertados, como se quisessem garantir que eu não sumisse. Virei o rosto e encontrei minha esposa dormindo ao lado dele, protegendo nosso filho com um abraço que só ela sabe dar — aquele abraço que envolve, acalma, que é puro amor.
Com muito cuidado, retirei os braços dela e do Dante do meu corpo, devagar para não acordá-los. Ouvi um resmungo baixo do meu filho, que, mesmo sonolento, se virou para a mãe e se aconchegou ainda mais nela. Sorri, porque esses momentos, esses instantes pequenos e simples, eram a essência da minha vida — tudo pelo que eu lutava e protegia agora.
Olhei para o relógio: três e meia da madrugada. Como eu pude dormir assim, sem perceber? Porra... o plano de foder a minha mulher após o filme tinha ido pro caralho. Mas ali, parado, olhando eles d