Todos os dias ele a olhava, ele esperava pra poder vê lá, ele ia sendo uma participação no seu dia a dia pouco a pouco, com cafés, refeições e até caronas, mas ela não o deixava se aproximar da forma que ele queria, e mesmo se o fizesse ele não tinha essa coragem.
-O que foi Felipe, você parece estranho. Tá com algum problema? Posso te ajudar? -Samuel estava sentado em sua poltrona favorita, ele veio assistir o jogo com ele. - Cara, não sei como falar, isso... eu.. -Você tá apaixonado pela minha irmã? - Ele olhou surpreso para o amigo, deixou a cerveja cair- brincadeira, desculpa. Tinha que ver a sua cara, parecia que ia desmaiar. Quem é ela? -Quem disse que estou apaixonado por alguém? Eu nunca estive apaixonado na vida e você sabe disso. -Sei sim, mas cara nunca é tarde pra achar uma Dona pra você. Casamento tem muitas vantagens cara. E logo você será velho pra ser pai. Como ele ia explicar pro seu único amigo, a única família que ele amava, que estava apaixonado por sua irmã? -Onde está a sua Dona? -Ela foi ajudar Sami se arrumar ela tem um encontro. -Quem? Quer dizer onde? - ele se enrolou todo. Samuel sorriu pra ele -Cara, ela não tem mais quinze anos, a gente pode ficar de boa... mas ela marcou em um restaurante chiquérrimo e cheio de gente, ela falou que não queria correr risco de ficar sozinha com ele, é um dos médicos que cuidou de João. -Sei, tá bom então.- ele terminou rápido a cerveja. Tá bom nada, assim que Samuel saiu ele aproveitou pra ir a um restaurante chiquérrimo perto do hospital. Eles não estavam lá, já podia ser tarde, e na sua cabeça, a cena de um homem alto abrindo a porta do carro pra ela, e apertando o seu bumbum quando ela entrava, depois antes de fechar o sinto ele beijava aquele pescoço nu que o fazia ter sonhos acordados várias vezes no dia... SE CONCENTRA FELIPE. E no terceiro restaurante ele encontrou um médico boa pinta, charmoso, bem vestido, abrindo a porta para uma mulher espetacular, de vestido chumbo, casaco claro, salto alto e o maldito pescoço nu. O médico foi mais respeitador do que em seu pensamento, assim que ele fechou a porta deu um sorriso tão sincero que até ele se apaixonou por ele... SE CONCENTRA FELIPE. Ele era um homem totalmente maluco, e ele estava ciente dessa situação, os seguiu de carro, parecia um homem traído espiando a esposa, eles estacionaram a algumas quadras da casa dela. Perto de um café, ele abriu a porta e caminhou do lado dela, sem mãos bobas, mas apesar da distância dava pra perceber que o papo fluia bem, ela sorria pra ele e as vezes encostava uma mão em seu ombro, depois de pegarem os cafés eles caminharam vagarosamente enquanto conversavam a caminho da casa dela. Será que ela convidaria ele pra entrar? SE CONTROLA FELIPE. Quando eles pararam pra se despedir, ele sentiu o clima no ar, ele achava que podia ver essa despedida sem fazer nada pra atrapalhar, mas quando viu o tal médico por a mão no pescoço, motivo de todo o seu delírio não aguentou, fez uma tosse forçada e parou na frente dos dois. SE CONTROLA FELIPE... (se controla nada) -Boa noite Samantha, desculpa atrapalhar... - desculpa nada, esse aí não vai tocar no meu pescoço. -Ah, o.. boa noite Felipe, o que você está?... Felipe, esse é o Dr Max, esse é um amigo do Samuel... -E um dos seus chefes. Muito prazer! Desculpa a hora, estava passando aqui depois de uma reunião, e precisava falar com você, tentei a sorte...-Max apertou a mão.mais forte que o normal. - Prazer em te conhecer, meio intrigante, essa hora, querer falar de trabalho... Bom tenho que ir Sami, podemos repetir a dose? -ela sorriu pra ele, ele beijou-a nas bochechas e se afastou dando um tchau de longe. -Sami é? - ele quebrou o silêncio constrangedor e os dois estavam já dentro da casa dela. -Qual é o problema, chefe? vai desimbuchar logo? preciso tirar esse vestido, tá me apertando em alguns lugares... deixam vocês homens loucos, mas dói... - Si...Sim um cliente quer que eu o represente na Espanha, preciso que vá comigo. -Você sabe, que eu não sou de relações públicas ou internacionais né? -Mas você fala francês, e a namorada dele também, não quero tradutor.- ela o olhou com desconfiança, mas ele sabia que quando era trabalho ela nunca diria não. -Pode me enviar os arquivos? quero ver do que se trata. -Ta bom. - a casa dela era muito aconchegante, ele se sentia mais um lar aí do que na casa dele mesmo. -Acabamos? Então agora... - ela se aproximou a dois centímetros de seu rosto, fazendo o seu coração disparar, deu um sorriso se afastou e mostrou a chave com um chaveiro extravagante que estava caído no sofá- hora de você ir embora chefe, pois amanhã é sábado e estou de folga...- ela o empurrou porta a fora deu um tchauzinnho e fechou a porta. Ele ficou pensando em abrir aquele zíper, passar a mão pelas costas nuas e tirar aquela meia calça com os dentes... O que você tá fazendo Felipe? SE CONTROLA FELIPE!