O frio canadense parecia atravessar o casaco de Eloise quando seus olhos se fixaram naquela silhueta encostada na parede do prédio. Por um segundo, ela pensou que fosse uma alucinação causada pelo cansaço da viagem. Mas não era. O rosto, o jeito arrogante de cruzar os braços, o sorriso de canto que sempre escondia algo, não havia engano possível.
— Jonas? — a voz dela saiu em um sussurro, incrédula. — O que você está fazendo aqui?
Ele descruzou os braços e se aproximou com passos lentos, como se aquele reencontro fosse a coisa mais natural do mundo. Usava um sobretudo caro, os cabelos bem penteados, mas os olhos denunciavam olheiras profundas e um brilho inquieto.
— Eloise... — disse ele, com a voz carregada de uma falsa doçura. — Você está linda.
Ela deu um passo para trás, instintivamente.
— Responde. O que você está fazendo aqui? Como sabia que eu estava aqui?
— Eu vim te ver. — Jonas abriu os braços, como se esperasse que ela corresse para ele. — Precisava conversar com você.
Eloi