Jinx estava enrolada no moletom de Eduardo, encolhida numa poltrona perto da bancada dele. Ele estava sentado no chão, com um carburador meio desmontado e uma caixa de ferramentas que claramente não usava há uns bons dez minutos.
Jinx se mexeu na cadeira rangente e suspirou.
— Tá, papo reto agora. Qual é a desse monte de peça mecânica que você tá encarando faz vinte minutos?
Eduardo levantou os olhos.
— Projeto de distração. — admitiu. — Às vezes eu só preciso parecer ocupado.
Ela sorriu de canto.
Jinx o encarou. A testa dele estava franzida, mesmo sem ela fazer nada.
— Ei — disse ela, baixinho. — Posso te perguntar uma coisa?
— Pode.
— Você já pensou em entrar nos negócios da família? Tipo... você é brilhante, e o Phillip tá claramente desesperado.
Eduardo deu uma risada curta, quase sem humor.
— Já pensei sim. Na verdade, esse era o plano.
Jinx piscou.
— Sério?
Ele olhou para as próprias mãos, depois largou a chave de fenda como se ela tivesse ficado pesada demais.
— Uns anos atrás