Adrian expirou bruscamente, passando a mão frustrada pelo cabelo novamente como se o ato repetitivo pudesse ajudá-lo em algo. Seus olhos ardiam em Ester com puro e absoluto desgosto.

— Você precisa se mudar daqui. — falou ele, com a voz entrecortada e definitiva. — Não quero te ver aqui quando eu voltar amanhã.

Ester ficou de queixo caído.

— Como?

— Você me ouviu. — Adrian disparou, pegando sua mala e jogando-a no sofá. — Não entre em contato comigo, a menos que seja sobre o bebê.

O bebê.

Não era mais nosso bebê.

A distinção não passou despercebida por ela, e isso lhe causou um arrepio amargo na pele.

Adrian andava de um lado para o outro, com as mãos cerradas ao lado do corpo, fervendo como se só a visão dela fosse suficiente para deixá-lo louco.

— Na verdade, esqueça isso. Tenho uma ideia melhor. Depois que o bebê nascer, coloque-o para adoção.

Ester piscou. As palavras não fizeram sentido por um segundo. Então, como se a realidade delas a atingisse como uma parede de tijo