Lucas encostou-se ao carro, braços cruzados, o olhar fixo em Adônis, que estava sentado, afundado, no banco do passageiro, com a cabeça apoiada na janela. O homem estava um desastre, grunhindo e gemendo como um animal ferido, as palavras saindo de seus lábios em confissões entrecortadas.
— Sou um idiota... — murmurou Adônis, fechando os olhos com força. Seus dedos cravaram-se nas têmporas, a respiração ofegante. — Meu Deus, eu ia me casar daqui a alguns meses. Casado.
Sua voz falhou na última palavra. Ele virou a cabeça ligeiramente, olhando para o nada, perdido no caos dos seus pensamentos.
— Eu estava tão animado para vê-la naquele vestido, cara. Eu conseguia imaginar. O jeito que ela olharia para mim... como se eu fosse o único cara no mundo. E quando dançávamos... — Ele expirou bruscamente, o peito subindo e descendo instável. — Escolhemos "A Thousand Years", da Christina Perri. Essa era a nossa música. Para sempre. Era isso que ela deveria significar.
Lucas permaneceu em silêncio