Katherine olhou para o bilhete em suas mãos, o rosto corado. Aquele homem era completamente louco — mas, caramba, era fofo.
Ela sentiu o olhar curioso de Samantha sobre si e suspirou, gesticulando para que ela fechasse a porta.
— Ok. — disse ela, acomodando-se no sofá. — Deixe-me explicar tudo.
E ela fez.
Contou a Samantha sobre aquela noite, meses antes, como acabara de sair do trabalho quando viu Adônis e Ester enroscados na rua, se beijando como se tivessem todo o tempo do mundo. Como ela engoliu o nó da traição e esperou Adônis voltar para casa, na esperança de alguma explicação. E como tudo o que ele lhe dera fora uma desculpa esfarrapada: Ester precisava dele.
— Precisava dele. — repetiu Katherine com amargura, balançando a cabeça. — Mas ao que parece eu não precisava.
O olhar de Samantha escureceu de raiva enquanto Katherine continuava, expondo tudo: o entorpecimento que se seguiu, a forma como ela se tornou um fantasma em sua própria vida enquanto Adônis continuava com a dele,