O esconderijo de Daniel ficava no submundo da cidade, um sótão mal iluminado que cheirava a charutos, uísque e mofo. O tipo de lugar ideal para criminosos.
Assim que Phillip, Eduardo e Caleb entraram, Daniel já os esperava. Estava sentado em uma poltrona de couro, elegante e simpática como um rei decadente em seu trono, com um copo de cristal girando preguiçosamente entre os dedos.
— Ora, ora. — disse ele lentamente, os lábios se curvando num sorriso preguiçoso e perigoso. — A que devo o prazer?
Phillip não diminuiu o passo. Avançou furioso, batendo as mãos sobre a mesa com força suficiente para fazer o vidro estremecer.
— Quem fez aquilo? — a voz saiu áspera, carregada de raiva crua, prestes a transbordar.
Daniel arqueou uma sobrancelha, indiferente.
— Direto ao ponto. Sempre admirei isso em você.
— Não tenho tempo pra joguinhos. — rosnou Phillip. — A Katherine quase morreu. Ou você fala agora... ou a gente muda o tom da conversa.
Pela primeira vez, algo brilhou nos olhos de Daniel.