O dia seguinte amanheceu frio e cinzento em Vancouver. Eloise acordou com o barulho do trânsito abafado pelas janelas do apartamento moderno que a produção havia alugado para ela. O encontro com Jonas na noite anterior parecia um pesadelo mal resolvido, mas as marcas no braço, onde ele a segurara com força, eram prova de que tinha sido real.
Respirou fundo diante do espelho, repetindo para si mesma que aquilo não mudaria nada. O passado não teria o poder de sabotar o seu presente.
Horas depois, o táxi a deixou na frente do enorme estúdio onde a maior parte da série seria filmada. O letreiro prateado refletia o céu nublado e os portões se abriam para dar passagem a vans e caminhões carregados de equipamentos. Eloise ajeitou o casaco, passou a bolsa no ombro e entrou com o crachá provisório que havia recebido.
Não havia câmeras gravando ainda, apenas cenários sendo montados. O cheiro de madeira recém-cortada e tinta fresca se misturava ao café que circulava em copos de papel. Técnicos,