Jason estava no sofá havia tanto tempo que já tinha uma marca visível no estofado, como se o móvel tivesse se moldado ao peso do corpo dele. Garrafas de cerveja vazias ocupavam a mesa de centro, misturadas a pacotes de salgadinhos e o controle remoto da televisão, que ainda exibia o mesmo canal de filmes desde a noite anterior.
Os dias haviam se tornado um borrão de sono, bebida e silêncios solitários. Desde que Eloise embarcara para o Canadá, sua vida parecia vazia, mais fria. Jason jamais admitiria em voz alta, mas a ausência dela o consumia.
O celular vibrou sobre o braço do sofá. Ele ignorou na primeira vez, mas a insistência do toque o obrigou a estender a mão.
— O que foi, mãe? — atendeu, com a voz rouca de sono.
— O que foi? — Luana retrucou, em tom ríspido. — O que foi é que eu já não aguento mais ver você apodrecendo nessa casa. Quero você aqui amanhã para o almoço em família.
Jason suspirou, massageando a têmpora.
— Não estou no clima, mãe.
— Então crie o clima. — a voz dela