ALEXANDER HAMPTON
DIAS DEPOIS...
O cursor na tela do meu laptop piscava em um ritmo monótono, uma linha vertical preta aparecendo e desaparecendo sobre a planilha de custos de importação dos novos grãos da Etiópia. Era uma tarefa simples. Eu já tinha feito isso mil vezes. Mas hoje, a matemática parecia grego antigo.
O motivo da minha distração não era o café, nem o barulho ao fundo, nem a música indie suave que tocava nos alto-falantes do Fox & Maple.
O motivo estava sentado do outro lado da mesa, me encarando.
Elizabeth Winter estava apoiada no cotovelo, o queixo descansando na palma da mão, seus olhos castanhos fixos em mim. Ela brincava distraidamente com a borda de um guardanapo de papel, mas seu foco não vacilava.
Tentei digitar um número. Errei. Apaguei.
Suspirei, recostando-me na cadeira e tirando os olhos da tela para encontrá-la.
— Você não tem nada para fazer, Lizzy? — perguntei, tentando soar exasperado, mas falhando miseravelmente porque, no fundo, eu adorava tê-la ali, me