ELIZABETH WINTER
O sol da tarde em Hanói derramava um ouro líquido sobre a superfície do Lago Oeste, mas dentro do quarto da casa de hóspedes, a luz era suave e filtrada.
Eu estava sentada diante de um espelho de moldura escura, entregue às mãos habilidosas de duas mulheres vietnamitas que o Ministro Tran tinha enviado. Mai e Linh. Elas não falavam muito inglês, mas a linguagem da beleza era universal.
— Đẹp lắm (Muito bonito) — Mai sussurrou, alisando uma mecha do meu cabelo.
— Ela disse que seu cabelo está muito bonito. — Linh traduziu.
Agradeci e olhei para o meu reflexo, por um momento, não reconheci a mulher que me encarava de volta. Eu estava vestindo um Áo Dài tradicional de casamento.
O tecido era uma seda vermelha tão vibrante que parecia pulsar com vida própria. Vermelho, a cor da sorte, da prosperidade e do fogo no Oriente. A túnica longa, ajustada perfeitamente ao meu tronco, descia até os meus tornozelos, dividida nas laterais a partir da cintura, revelando calç