ALEXANDER HAMPTON
O trajeto pelos telhados de Hanói não foi o passeio romântico que eu tinha em mente quando comecei essa viagem.
Lizzy estava logo atrás de mim, saltava entre beirais de concreto e desviava de antenas parabólicas enferrujadas com a determinação de uma gata de rua.
— Estamos perto. — sussurrei, verificando o mapa amassado na minha mão pela décima vez. — A linha pontilhada indica que devemos descer perto daquele templo vermelho.
Descemos por uma escada de incêndio lateral que parecia ter sido instalada antes da Guerra do Vietnã e que gemia a cada passo nosso. Aterrissamos em um beco estreito. O rio Vermelho estava logo à frente.
Caminhamos em direção à margem, onde a vegetação crescia alta e desordenada, escondendo a água da vista da rua.
— Ali. — Lizzy apertou minha mão, apontando para um ponto onde o junco se movia.
Havia um barco. Era um daqueles barcos de pesca tradicionais de madeira, longos e estreitos, com um motor de popa que parecia ter visto dias