DAMIAN WINTER
O barulho dos talheres contra a porcelana era mais incômodo do que qualquer reunião de diretoria. Minha mãe mandou bordar o símbolo da empresa em cada guardanapo de linho. O mesmo símbolo estava estampado nos pratos, nos copos e até nos malditos porta-guardanapos. Estávamos cercados pela nossa herança. Literalmente.
O jantar semanal na casa dos meus pais era um ritual, quase uma cerimônia. Todos estavam ali. Meu pai, William Winter, (ou WW como costumo chamar quando ele me incomoda) com seu terno Armani mesmo dentro de casa, como se sua autoridade dependesse da gravata escolhida no dia. Minha mãe, Elaine, sorridente até demais servia os pratos como se ainda vivêssemos no século passado. E minha irmã mais nova, Lizzy, ela é... bom, acho que a melhor forma de descrevê-la é que é o oposto de mim. Alegre, irresponsável, aventureira e rebelde.
— Você está comendo tão pouco, Damian. — observou minha mãe. — Está magro. Andando demais com essa sua rotina insana.
— Voc