DAMIAN WINTER
Eu sempre fui um homem muito paciente. Não no sentido pacífico da palavra, mas no sentido mais perigoso. Paciente como um caçador, que fica imóvel no mato, esperando a presa dar um passo em falso antes de saltar.
Mas paciência não significa calma. E, enquanto descia os degraus da varanda de Stella, cada músculo do meu corpo vibrava com o que ela tinha acabado de me negar. Aqueles olhos que tentavam parecer seguros, mas tremiam no fundo.
Eu conheço a Harper. Melhor do que ela gostaria. E sei quando ela mente.
Entrei no carro e fechei a porta, mas não liguei o motor para ir embora. Fiquei ali, com as mãos no volante, observando pelo retrovisor a porta da casa.
Ela não abriu de novo. Nenhum movimento. Nenhum sinal de que viria atrás de mim ou sairia para trabalhar.
Peguei o celular e disquei um número que conheço de cor. Jonas atendeu no segundo toque.
— Preciso que venha para um endereço agora. — Vou direto ao ponto sem perder tempo com cumprimentos. — Traga mais dois home