STELLA HARPER
A viagem foi longa, mas os meninos não pararam de falar nem por um segundo. Apollo insistiu em descrever cada nuvem com formato diferente, ouvi coisas como: "essa parece um coelho" ou “essa parece um dragão!” enquanto Orion tentava convencer Alexander de que a velocidade do avião ultrapassava os limites permitidos pela física. Não sei nem onde ele aprendeu que a física tinha limites.
Alexander escutava tudo com paciência. Ele sempre escutava. E quando, por fim, o avião tocou o solo, senti algo dentro de mim também aterrissar.
Segurança. Estabilidade. E uma pontinha teimosa de medo.
O aeroporto estava mais cheio do que me lembrava. Pessoas com olhos apressados, malas arrastando, crianças dormindo nos ombros dos pais. Um mundo inteiro em movimento. E ali, entre tantos rostos desconhecidos, um rosto me fez sorrir largamente.
— TIA LEAH! — meus filhos gritaram em uníssono.
Os dois saíram correndo, como se tivessem sido soltos de uma mola invisível, e se jogaram nos braç