DAMIAN WINTER
O silêncio foi a primeira coisa que notei quando a manhã finalmente chegou. A nossa nova casa, geralmente preenchida pelo barulho matinal dos meninos se arrumando para a escola, estava mergulhada em uma quietude desconhecida. Então lembrei que meus pais, informados na noite anterior, haviam levado as crianças para passarem o dia com eles.
Encontrei Stella na cozinha, já vestida, tomando uma xícara de café com as mãos envolvendo a porcelana como se buscasse calor.
— Pronto? — ela perguntou.
— Nasci pronto para acabar com essa desgraçada. — respondi, pegando o café que ela me oferecia.
Não comemos. O nó em meu estômago não permitiria. Vestimo-nos em silêncio. Quando parei em frente ao espelho, Stella veio por trás de mim, suas mãos subindo para ajeitar a gola da minha camisa e nossos olhos se encontraram no reflexo.
— Lembre-se pelo que estamos lutando. — ela sussurrou, a mão dela pousando sobre o meu coração. — Pelos nossos filhos. Pela nossa paz. Por nós.
— É a única co