O balanço suave do ônibus misturava-se ao som constante do motor, criando um ruído monótono que contrastava com a tempestade que Alexia carregava dentro de si. Pela janela, as luzes da cidade já eram apenas pontos distantes, engolidos pela escuridão.
O cenário urbano dava lugar a trechos de estrada cercados por campos verdes e casas espalhadas, cada vez mais raras.
Ela abraçava Norabel com um cuidado quase instintivo, como se, segurando-a assim, pudesse protegê-la não apenas do frio daquela noite, mas também de todo o sofrimento que a cercava.
O pequeno corpo da menina estava quente, e sua respiração suave denunciava que o sono a havia vencido.
Por um instante, Alexia fechou os olhos. Queria, nem que fosse por alguns segundos, fingir que aquela viagem era apenas uma visita, uma fuga temporária para um lugar tranquilo. Mas não era. Era o ponto de partida de uma vida nova ou, talvez, o retorno doloroso a uma vida antiga que ela havia abandonado.
Quando decidiu deixar Vila Nova, cinco a