Alexia sentiu as pernas enfraquecerem ao ouvir a voz da mãe. Foram anos imaginando esse momento e, em todas as versões que passavam pela sua cabeça, ela nunca conseguia decidir se a mãe a abraçaria ou fecharia a porta.
Norabel, curiosa, levantou o rosto para ver aquela mulher que a olhava com tanta intensidade.
— Mamãe… — Alexia murmurou, a voz trêmula.
A mãe dela, dona Helena, permaneceu parada na soleira da porta, segurando o pano de prato entre as mãos, como se precisasse dele para não tremer. Seus olhos brilhavam, mas não havia sorriso.
— Entre. — Disse, por fim, com um tom que não era exatamente acolhedor, mas também não era frio o suficiente para afastá-las.
Alexia subiu os dois degraus da varanda devagar, sentindo cada passo como uma travessia difícil. Ao passar pela porta, o cheiro de comida caseira a envolveu, arroz soltinho, feijão fresco, talvez carne assando no forno.
A cozinha parecia exatamente como se lembrava: os azulejos brancos com detalhes azuis, a mesa de madeira