Camila é uma jovem estudante que precisa se esforçar para permanecer em uma bolsa de estudos em uma grande escola de artes chamada Fonte de Vida. O programa de talentos exige que os alunos tirem notas altas o que faz a garota deixar de viver para se dedicar somente à vida escolar. Dylan, é o professor mais rigoroso, chato e ao mesmo tempo dócil da escola Fonte de Vida que tenta fazer de seus alunos os melhores artista da grande cidade de Miami. Com o intuito de fazer seus ouvintes alcançarem seus sonhos ele quer que cada um chegue aos seus limites para provar que todos tem algo a ser alcançado. Duas vidas, idades diferentes e mundos diferentes, mas que estão ligados por uma força maior que os levaram a quebrar todas as regras de uma sociedade que não aceita certas formas de amar. Quando a vida parar para ouvir sua história, conte-a. Quando as regras impedirem sua felicidade, quebre-as.
Leer másMiami
A segunda cidade mais populosa do estado da Flórida, fundada em 1825 e gerenciada por nosso prefeito Francis X. Suarez, um lugar cobiçado pelos turistas que dominam este local e fazem a cidade lucrar com seus gastos em hotéis, lanchonetes e praias. Também é um local cheio de crimes que são escondidos pelas equipes televisivas e a guarda local, claro. Mas tem um lado seguro, pois a taxa de criminalidade daqui é a menor do estado.Bom, eu fui enviada para essa cidade, depois de ter passado pelas audições para um programa de talentos de uma escolas de artes muito renomada na americana.Eu estou a um passo de me tornar a pessoa mais conhecida no mundo das artes e isso não será tirado de mim nem por um decreto.Respirei profundamente o ar da cidade quando sai do aeroporto. Deixei o ar me contagiar ao ponto de me preparar para o que viria pela frente. Depois de oito horas sentada torcendo para que o avião não caísse, eu precisava daquilo.Pensei brevemente em casa também, recordando-me que dali em diante estaria só. Eu nasci, cresci e vivi por muito tempo em São Paulo, no Brasil. Minha família permaneceu por lá enquanto eu realizava meu sonho, mesmo que isso deixasse meu pai com a cara amarrada.Por sorte eu estava em minha maioridade e nada poderia me prender aos meus pais. Não era preciso assinar nada ou estarem presentes para me representar. Até porque eles tinham pouco tempo para isso e o tempo curto usavam para cuidar de Sofia, minha irmã.Eles tentavam dar a ela a mesma educação que deram a mim quando eu era menor e agora mesmo sendo jovem demais, como dizia meu pai, eu me sentia capaz de continuar minha vida ao meu comando com alguns conselhos deles, claro.Ainda que eu estivesse ansiosa e nervosa demais com a nova vida.O nervosismo se intensificou no instante em que cheguei aos portões da Fonte de Vida. A escola que foi fundada especialmente para jovens prodígios que nasceram com o dom das artes.Vi suas paredes azuis respingadas com tintas de todas as cores como se ali fosse um enorme quadro onde o pintor melecou a mão de tinta e saiu batendo nas partes brancas, bom nesse caso as partes azuis.Vi também os alunos caminhando para tantos lados que me deixou um pouco perdida, parada no meio de um gramado verde muito bem cuidado.Era possível ver pequenos pontos pretos com furinhos minúsculos que na hora certa soltavam água para todos os lados. Com sorte eles não faziam isso no horário de aula.Naquele momento me senti deslocada, pois estava com uma bolsa pendurada no ombro direito que batia em meu bumbum a cada passo, contra o pano da calça Legging de couro. Puxei a folha que havia imprimido, após receber o email cheio de informações. Em meio a tantas palavras havia uma lista com as salas e os horários das minhas aulas.— Okay, vamos lá — falei para mim mesma olhando as letras em tinta preta, enquanto cruzava as portas de vidro da grande estrutura. — Sala 15, professor Alan Henry.Olhei para o local por dentro, observando o branco com faixas amarelas descendo das paredes e parando no rodapé de vinte centímetros de altura que também tinha a cor amarela. Assim como o chão que mais parecia ser banhado a ouro do que um esmalte de piso.— A estrada dos tijolos amarelos — sussurrei ao entender a referência daquela decoração.No final da estrada estava um local amplo, provavelmente o pátio. Era coberto por ter um teto de vidro que me deixava ver as nuvens brancas dançando pelo céu azul, mesas quadradas e longas de madeira pendiam no chão junto às cadeiras feitas de um material que eu poderia jurar ser de plástico ainda que aparentasse ser madeira também. Velas de led se espalhavam por todo local fingindo iluminar aquela área e me fazendo sorrir.— O grande salão do castelo de HogwartsHaviam quatro portas pretas e brancas ao fundo do salão e escadas entre elas com corrimão amarelos e brancos.Os diversos alunos se dirigiram para suas respectivas salas enquanto eu ainda permanecia parada ali observando-os, sem a menor ideia do que fazer ou para onde ir.— Odeio o primeiro dia.— Hey! — o rapaz moreno de olhos negros vindo em minha direção início.Usava uma regata azul esportiva com um carro de corrida desenhado no lado esquerdo do quadril, calças brancas coladas no corpo feito fita adesiva e botas pretas de cano longo cobrindo parte dos tornozelos foscas quase deixando os cadarços camuflados. Não era um rapaz forte demais nem magro demais, me pareceu até bonito.— Hey? — O imitei e o vi sorrir.— Sorry, i don't mean to be boring, but i could see his look of "I have no idea where i should go." — Ri de sua conclusão, pois ele realmente estava certo sobre eu não ter ideia do que fazer. - Do you need help?— No, it's okay — Briguei comigo mesma ao dizer aquilo, afinal não estava tudo bem. Porém, parecia que meu interior tinha que se impor por algo. — I find myself. I am good at exploring.Falei por fim, me afastando e subindo as escadas depois de ler:"Sala dos Professores, Diretoria, Área restrita e sala 1" escritos em inglês nas portas do lado das escadas. Senti a sombra ao meu encalço e ouvi um bufar de risada próximo de mim.— What's funny? — Virei-me com tudo olhando o rapaz com um certo olhar de raiva.— Está indo para o lado errado — dessa vez ele usou o português para falar comigo e me surpreendi com aquilo. Olhei em volta vendo o corredor de chão dourado, paredes brancas com portas pretas e as numerações acima de 20 afirmarem as palavras dele, franzi o cenho e revirei os olhos quando percebi meu erro. Ele riu uma vez mais. — Quer ajuda?— Tudo bem então — falei vencida pelo cansaço. — Sala 15.— Eu sei, novatos são do professor Alan e do professor Dylan. — Dei um meio sorriso e o rapaz puxou meu pulso para o outro lado do corredor. Tinha um sotaque forte, porém seu português era fácil de ser entendido. — A propósito, eu me chamo Joshua, mas pode me chamar de Josh,— Obrigada pela ajuda, Josh. Como soube que falo português?— Eu tenho meus contatos senhorita, Camila Chaves. —Parei no meio do caminho um pouco petrificada com a fala do rapaz. Procurei algum local onde meu nome estivesse visível e o ouvi sorrir enquanto me arrastava pelos corredores. — Sou do jornal da escola fofinha e sei de tudo o que acontece do portão até o porão. Aliás não recomendo que vá para lá se algum cara lhe chamar, eles gostam de brincadeiras proibidas. Se é que me entende.— O jornal da escola se informa até sobre alunos que estão chegando na escola? — Perguntei parando ao lado da porta preta com um 15 grande e dourado abaixo da janelinha de vidro.— Só as alunas bonitas.Ele me lançou uma piscadela e pude sentir minhas bochechas quentes, logo concluí que estava ruborizada. Vi o sorriso largo surgir no rosto de Josh antes que ele se virasse afastando-se de mim e sumindo em uma das salas, segurei a maçaneta pensando no que viria pela frente e no ocorrido segundos antes. Respirei fundo pedindo sorte aos céus enquanto entrava na sala para ver todos os olhares se voltarem para mim.Senti o cheiro forte do álcool.daqueles que sentimos do tanque de combustível quando se é carregado com o líquido. Meu corpo então se movimentou como se eu fosse um celular em modo vibratório e logo percebi que era o movimento feito pelo motor de um automóvel enquanto ele fazia o grande objeto de metal se locomover.Abri meus olhos, apenas para me certificar daquilo que eu já tinha total certeza e vi que eu era removida do meu casamento para um lugar desconhecido.No banco do motorista, estava o ex amigo que eu havia feito em Atlanta e ao nosso redor era possível ver apenas a grande estrada de terra. Árvores altas se espalhavam por ambos os lados, enquanto o motorista seguia um caminho completamente desconhecido por mim.— Ah, já acordou? — Ele perguntou parecendo surpreso. — Aquele palerma mentiu para mim, disse que você só acordaria na cabana.— Cabana? Palerma? — Perguntei enquanto levava à mão até minha cabeça para deixar uma massagem calma onde doía. Efeito da substância usada p
Tudo foi estranho depois daquela proposta.Não tive tempo de pensar muito, pois Dylan seria julgado se meu pai não fizesse algo o mais rápido que pudesse e infelizmente ele era uma pessoa de palavra. Então eu só tive tempo de respirar para pensar em outra saída, mas nada me veio à mente então, eu disse que sim.Os dias passaram tão devagar depois disso que eu poderia jurar que estava no inferno e que aquela era a forma do diabo de me punir. Pensar nisso só me fazia lamentar ainda mais pela vida que tinha escolhido, mesmo que eu tivesse feito aquilo para salvar a de outra pessoa. Uma pessoa que eu amava demais.Durante os dias que me preparei para conhecer a pessoa que meu pai escolheu para mim, também cuidei para que Dylan não tentasse me procurar. Ele sabia onde era a casa dos meus pais no Brasil e eu tinha que fazer com que ele nunca mais quisesse chegar perto daquele lugar ou de mim. Isso me fez escrever uma mensagem que me cortou, mas que também foi precisa pelo fato de que causar
Meus pés queriam ser ágeis, minha respiração estava descompassada e uma pontada de dor me incomodava no canto do estômago. O avião nem havia pousado direito e eu já tinha decido furiosa dele correndo descontroladamente enquanto chamava um carro de aplicativo para ir até meu destino.Minha raiva foi tão grande ao descobrir de onde vinha aquela denúncia que não parei em casa para pegar roupas, depois de sair disparada da sala da reitora, minha primeira atitude foi usar os dólares em minha conta para pegar o primeiro voo até o Brasil.Horas antes eu estava sendo questionada por diversos investigadores que queriam colocar em minha cabeça que o senhor Hill tinha usado seu poder de professor para me induzir a deitar com ele. Queriam que eu aceitasse que tudo o que aconteceu entre nós era apenas algo que ele armou e que eu só ganharia uma boa nota no final do ano e o papel principal da peça final. Confesso ter me irritado com todas as palavras dos policiais, pois eu saberia bem se isso ocorr
— O réu será sentenciado há dois anos de trabalhos comunitários e seis meses na prisão de jovens e reabilitados da cidade de Atlanta, agradeça à senhorita Chaves por não querer lhe colocar atrás das grades, garoto. — Falou a mulher no alto da tribuna.Josh estava sentado no banco dos réus me olhando furiosamente, mas eu não tinha culpa do seu erro e pelo menos não quis depor contra ele. Meu ex-amigo estava na cena do crime no momento que eu mais precisei e não fez nada para me ajudar. Na verdade, preferiu dar auxílio a irmã que estava fora de si para ferir uma desconhecida do que usar a parte sã de sua mente.— A ré será sentenciada há cinco anos de cárcere na prisão feminina de Atlanta sem direito à fiança — tornou a juíza de cabelos loiros à dizer. Aquilo causou um enorme rebuliço no tribunal.Senti um forte arrepio percorrer meu corpo quando a irmã do meu ex amigo me olhou profundamente, parecia que ela iria me matar à qualquer instante e só precisava de uma brecha para isso.O alí
Acordei envolvida nos braços do professor. Ele respirava calmamente com o rosto afundado em meus cabelos para conseguir sentir o cheiro do meu shampoo. Apertei seu corpo contra o meu e senti também o cheiro do seu perfume amadeirado.— Acordou. — Sussurrou ele, dando um beijo em minha testa.— Você me trouxe pra casa? — Perguntei imitando sua fala em sussurros e ele assentiu. — Podia ter me acordado quando os policiais voltaram com os dois, eu queria perguntar para Josh como ele teve coragem de ajudá-la a me machucar.— Eu não iria te deixar passar mal. Joshua chegou a delegacia aos berros parecendo descontrolado e eu tive que te tirar de lá antes que ele te convencesse de que era inocente, sendo que não é.— Mas Dyl…— Camila — ele me interrompeu com um olhar furioso. — Josh sabia de tudo e ajudou porque queria te machucar. Ele não é uma boa pessoa. Então não seja ingênua agora de achar que ninguém lhe faria mal. Porque as pessoas são cruéis e quando querem algo e não conseguem, faze
As semanas se passaram rapidamente enquanto eu me preparava para o grande recital de fim de ano. Dylan parecia um adolescente que acabou de ganhar um enorme instrumento musical para irritar seus pais, de tão feliz que ele estava. Ter ouvido minha declaração de uma forma totalmente clara e sem nenhum tipo de dúvidas o fez bem e eu me sentia tão feliz por ter feito aquilo à alguém.Eu estava em meio a uma de minhas corridas matinais quando senti o celular vibrar na minha cintura. A legging preta colou em meu corpo com o suor quando parei e respirei fundo, senti meu peito se contrair rapidamente dentro do top de ginástica enquanto eu tentava recuperar o ar.1 nova mensagem de: Amor.Olga quer nos ver agora. Disse que descobriu quem te empurrou na escada da escola.As palavras saltaram do celular e o coloquei de volta ao suporte preso em minha cintura. Apoiei as mãos nos joelhos aliviada por finalmente poder parar de correr, afinal já deveria estar fazendo aquilo a um bom tempo sem notar.
Último capítulo