Cap.39
As lágrimas vieram com força, misturadas à frustração.
Ela se encolheu na cama, escondendo o rosto no travesseiro, e gritou, abafado, raivoso, impotente.
— E agora?! Como eu vou pagar aquele homem, meu Deus?!
O grito ecoou no pequeno quarto até se perder no silêncio.
Por horas, ela ficou ali, tentando pensar, o celular apertado entre os dedos, o coração martelando.
Já passava do meio-dia quando ela criou coragem.
Com a voz trêmula e os olhos ainda marejados, Selene digitou o número.
O toque se arrastou por longos segundos até que a voz de Adon soou do outro lado, grave, calma, perigosa.
— Selene.
Ela engoliu em seco.
— Senhor Adon... eu... eu preciso conversar com o senhor. É sobre a dívida.
— Diga. — Ele respondeu, entediado, como se já esperasse por aquilo.
— Eu... — a voz falhou. — Eu vou precisar de mais tempo pra pagar. O bar onde eu trabalhava... ele fechou.
Houve um silêncio.
Selene continuou, atropelando as palavras.
— Eu posso conseguir outro emprego, mas vai demorar u