Cap.38
Selene congelou.
Sentiu o ar mudar, como se a sala se encolhesse em torno deles.
A respiração dele estava próxima demais de sua nuca e ela sentiu o peso da mao dele apoiada na porta perto de sua cabeça.
Ela baixou a cabeça, apertando as mãos.
— Eu... só queria ir pra casa. — murmurou, a voz quase um fio.
Adon não respondeu de imediato.
Passou a mão pelos cabelos, bocejando, os olhos ainda pesados.
A confusão em seu olhar era real, como se ele também tentasse entender o que havia acontecido entre o ontem e o agora.
Por fim, ele falou, a voz fria e cansada:
— É impressionante... você realmente acha que pode sair andando assim, sem falar que você acabou de ferrar com minha porta, estamos trancados, qual a dificuldade de esperar?
Selene o encarou por um instante. Ele estava de pijama, simples, desbotado, o que o tornava quase humano demais.
Aquilo a desconcertou ainda mais.
O homem que a aterrorizava agora parecia… normal. Quase vulnerável.
— Eu não quero confusão, senhor Adon. Só