Capítulo 18
Na cozinha, Elza olhou para o relógio e franziu o cenho. Já fazia tempo que Maria tinha saído para pegar temperos, e não era tão longe assim.
— Essa menina... — murmurou, preocupada. — Vai ver o que aconteceu, minha filha. Ela não costuma demorar desse jeito.
A sobrinha assentiu e seguiu em passos rápidos até a horta. No caminho, cruzou com Paulo, que voltava para o galpão com a cabeça baixa.
— Ei, você viu a moça que foi colher temperos? — perguntou.
— Vi sim, moça — disse ele, coçando a cabeça e parecendo constrangido. — A... a namorada do patrão se assustou comigo. Eu só tentei ajudar, mas ela ficou mal, aí o patrão chegou e levou ela pra dentro de casa.
A sobrinha arregalou os olhos, surpresa.
— Ela se assustou? Meu Deus...
— É... mas o patrão tá cuidando dela. Foi bonito de ver, viu? Ele segurando ela, falando baixinho... nunca vi homem assim.
A moça não disse nada, apenas assentiu, colheu os temperos que Maria deixara caídos no chão e voltou para a cozinha.
— E aí? —