Selene
Caminhamos por um corredor de arcos até o terraço oriental. Dali, vi longe, muralhas, torres, e a linha escura da floresta que, à noite, mudava de dono.
— Você me deve a verdade inteira. — disse, apoiando-se no parapeito — Não agora, mas em breve… nomes, lugares, as chaves com as quais Kaleb abre guerras. Se vamos derrubá-lo, preciso conhecer as pedras que sustentam sua ponte.
— Eu te darei tudo. — respondi — Só me dê treino e mapa.
— Terá ambos. — Ele me olhou de lado, e algo domado e feroz passou por seus olhos — E terá fogo.
O vento levantou meu cabelo. Por um instante, quis dizer que, além de guerra, havia outro preço não dito: eu mesma. Mas as palavras seriam ítens de uma lista que ainda não escrevemos, e às vezes o silêncio serve melhor à coragem.
Damian tocou de leve meu cotovelo, chamando-me de volta para o quarto.
— Descansa. — Um fio de riso correu por sua voz — À noite, a fortaleza muda.
O pressentimento me entrou nos ossos.
— “Vai mudar mesmo.” — Ash soprou.
E eu