Flávia
— Se ela der mais um sorriso para você, eu te mato — falei entre dentes, sem disfarçar a irritação.
Ricardo me olhou com aquela calma dele que às vezes me tirava do sério.
— Mas eu não estou fazendo nada.
— Está sim. — Cruzei os braços e encarei-o firme. — Você precisa colocar um limite nela.
Ele suspirou, como se quisesse encerrar o assunto ali, mas eu não estava disposta a deixar passar. Eu não queria estragar a noite, não queria ser a namorada ciumenta em pleno show, mas a verdade é que a paciência já tinha se esgotado. Então resolvi agir de outra forma.
Puxei Ricardo pela jaqueta e o beijei. Não um beijo qualquer, mas um beijo de verdade, intenso, profundo, da maneira que há dias não fazíamos. Foi como se todo o incômodo que eu vinha sentindo se transformasse em energia naquele instante. Senti o calor subir pelo corpo, o coração acelerar e, por um momento, quase esqueci de parar. Quase.
Quando me afastei, ofegante, percebi que Sarah nos encarava séria, com uma expressão des