Capítulo 3

Quase um mês se passou sem nenhuma resposta sobre a vaga. Aos poucos, fui deixando de lado a expectativa e comecei a procurar outras oportunidades.

Então, numa noite enquanto estudava, resolvi dar uma olhada no meu e-mail. Foi quando vi uma mensagem que havia chegado cerca de cinco horas antes.

O título?

Parabéns, você foi selecionada para a entrevista.

Meu coração acelerou. Era aquela vaga. A vaga que eu precisava.

No e-mail, explicavam que haveria duas etapas: primeiro, uma entrevista com o setor de recursos humanos; depois, outra com o gestor.

Feliz e cheia de esperança, respondi rapidamente. A entrevista seria dali a dois dias, online—o que era perfeito, pois eu não precisaria perder um dia de trabalho.

Eu estava ansiosa. Sabia da minha capacidade, do meu profissionalismo, mas precisava tanto daquela vaga.

Na verdade, eu estava contando que fosse uma empresa realmente boa. Aquele salário faria uma grande diferença—os benefícios, então, nem se fala.

Fiz uma pesquisa detalhada sobre a organização, refiz meu currículo mil vezes. Eu precisava passar.

O dia finalmente chegou.

Arrumei meu cabelo, escolhi uma blusa bonita, fiz uma boa maquiagem e me sentei em frente ao computador, esperando o horário da entrevista.

A conversa com a responsável pelo setor de recursos humanos foi tranquila. Ela me falou sobre a empresa, o salário, os benefícios—e, para minha surpresa, havia mais vantagens do que o anunciado na descrição da vaga. Isso só aumentou minha vontade de conseguir a posição.

Uma das informações que mais chamou minha atenção foi a possibilidade de trabalhar de casa às segundas e sextas-feiras, salvo ocasiões em que algo muito importante exigisse minha presença na empresa.

Eu precisava muito ser aprovada.

Ao final, ela explicou que a resposta sobre a próxima fase viria até o fim da próxima semana—caso eu fosse selecionada.

E, mais uma vez, lá estava eu. Ansiosa.

Naquela semana, trabalhei muito. Sempre chegava no horário limite para buscar Caio na escola, e a rotina estava pesada.

Duas vezes por mês, meus sogros ficavam com ele nos finais de semana—para curtirem o neto e para que eu pudesse descansar. Isso me permitia resolver algumas coisas que exigiam mais organização, coisas que seriam mais difíceis de lidar com ele por perto.

Eu era imensamente grata por isso. Confesso que, muitas vezes, tive medo de que eles se afastassem de mim, ou até mesmo quisessem ficar com Caio. Mas, muito pelo contrário, cuidaram de mim como se eu fosse filha deles. Amavam meu filho incondicionalmente.

Sem eles, e sem meus pais, eu nem saberia o que fazer. Não teria conseguido suportar esses dois anos sem o Bruno.

Na terça-feira, recebi um novo e-mail: eu havia sido aprovada para a fase da entrevista com o gestor.

Fiquei feliz e nervosa ao mesmo tempo. A entrevista seria na quinta-feira, e eu precisava me preparar. Provavelmente, seria uma conversa mais técnica.

Na quinta, arrumei meu cabelo, fiz uma maquiagem leve e me sentei em frente ao computador, esperando.

A tela piscou, e logo ouvi a voz do homem do outro lado:

— Bom dia, Flávia.

— Bom dia — respondi, tentando manter a calma.

— Me chamo Carlos e sou responsável pela área na qual você tem interesse em trabalhar conosco.

Ele explicou sobre a empresa, detalhou a vaga, falou sobre suas expectativas em relação ao meu trabalho. Depois, vieram as perguntas.

A entrevista correu bem.

No final, ele disse que, se eu fosse aprovada, começaria dali a quinze dias.

Agora, tudo o que eu podia fazer era torcer para que essa vaga fosse minha.

Quinta-feira, dez da manhã.

Eu não acreditava no que estava lendo.

Eu havia sido aprovada.

O e-mail estava ali, na minha frente, confirmando que a vaga era minha. A felicidade tomou conta de mim.

No e-mail, estavam detalhados os próximos passos, incluindo uma lista de documentos que eu precisava enviar. Minha data de início? Dia primeiro do próximo mês.

Parei tudo o que estava fazendo e comecei a organizar os documentos. Queria enviar tudo o mais rápido possível—e foi exatamente o que fiz.

Na segunda-feira, já havia enviado tudo. Na terça, recebi a guia para os exames admissionais. Fiz tudo com atenção, conferindo cada detalhe para que nada faltasse.

Então, na sexta-feira, outro e-mail chegou:

Parabéns, tudo certo com a sua documentação e agora você faz parte do nosso time.

Se eu estava feliz? Eu não me aguentava de alegria.

No sábado, levei Caio ao parque para comemorar—apenas nós dois. Ele ainda era muito pequeno para entender o significado daquilo, mas eu queria dividir cada conquista com ele.

Afinal, tudo o que eu fazia era para nós. Para termos uma vida melhor.

Como eu estava começando no novo emprego, precisaria trabalhar presencialmente todos os dias nas primeiras duas semanas para conhecer a equipe e passar pelo treinamento. Depois, poderia ficar em casa às segundas e sextas-feiras.

Então, pedi demissão do meu trabalho anterior. Não era um lugar ruim, mas eu precisava de mais, e a empresa já não me oferecia o que eu buscava.

No domingo, organizei tudo para a semana. Eu não podia me atrasar, nada podia dar errado. Eu precisava deixar uma boa impressão.

Mas nem tudo estava ao nosso alcance.

Naquela tarde, Caio começou a ter febre. Dei remédio, mas ele não melhorou. Estava abatido, e a preocupação tomou conta de mim.

Levei-o ao médico, mas a resposta foi simples: “É uma virose.”

O problema é que no dia seguinte seria meu primeiro dia de trabalho. Eu não podia faltar.

A apreensão crescia, até que resolvi enviar uma mensagem para Aline:

"Amiga, boa noite. Caio não está muito bem, e amanhã já começo no meu novo emprego. Será que você poderia cuidar dele por esses dias?"

A resposta veio rápida, aliviando parte da minha angústia:

"Claro que posso, Flávia. Não se preocupe."

Aline era uma grande amiga. Ela me ajudava tanto que eu nem tinha palavras para agradecer.

Acordei cedo, tomei um banho e arrumei meus cabelos. Fiz uma maquiagem leve, escolhi uma blusa vinho, combinei com uma calça preta e finalizei com um scarpin preto.

Antes de sair, deixei tudo organizado em casa e, então, segui para o novo trabalho.

Eu estava nervosa. E animada.

A empresa era bonita, bem localizada, e ainda ficava ao lado de uma estação de metrô—o que facilitava muito.

Me identifiquei na recepção e, logo em seguida, recebi um crachá. Depois, fui informada sobre para onde deveria ir.

Foi quando conheci Carlos pessoalmente. Ele me chamou para sua sala, conversamos um pouco e, em seguida, fui direcionada para o setor de Recursos Humanos.

Lá, me explicaram tudo com detalhes: convênio médico, alimentação, dia de pagamento... Cada benefício bem descrito.

Recebi acesso ao computador e instruções sobre os locais onde eu poderia tirar dúvidas. Foram tantas informações que, quando percebi, a manhã já tinha passado.

Eu não conhecia ninguém, então almocei sozinha e, depois, voltei para a empresa.

Às duas, fui apresentada às pessoas com quem trabalharia diretamente. Um deles era Ricardo.

Desde o início, ele foi extremamente educado, me mostrou tudo com atenção e explicou cada detalhe com calma. Sempre gentil, paciente, fazia questão de garantir que eu entendesse.

Eu trabalharia diretamente com ele, e o fato de ser tão atencioso me fez sentir mais confortável naquele ambiente novo.

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