Amelie
O sol nasceu e apenas acompanhei a claridade invadir o quarto. Já não estava mais chorando, porém, há pouco que tinha parado.
Os barulhos das correntes continuaram até quase o amanhecer e agora não pareciam aterrorizante, apenas cruel. Albert era um homem cruel, eu estava casada com um monstro.
Quem eram aqueles dois homens?
Seriam desafetos? Criminosos?
Ainda assim, nada justificava, eu não conseguia suportar tal feito. Não era possível seguir normalmente sabendo que eles estavam lá embaixo daquela maneira.
Como eu poderia criar nossos filhos sabendo que o sofrimento deles estaria sob meus pés?
O barulho do trinco da porta se movendo me alertou e senti medo. A porta foi aberta devagar e quem entrou foi Ana. Respirei aliviada.
— Bom dia, senhora.
— Ana… — Ela entrou acompanhada de outras duas serviçais, cada uma trazendo alguma coisa.
A bandeja com o desjejum foi deixada sob o estofado do móvel aos pés da cama por Ana e as outras deixaram os baldes cheios de água ao lado da