"Nunca ignore seus instintos! O fato de você não ver o perigo não significa que ele não esteja lá." Autor desconhecido
As portas da sala do conselho se fecharam atrás deles com um ruído seco. Cássio caminhava ao lado de Renato pelos corredores silenciosos da diretoria, o paletó nas mãos, a gravata afrouxada e o rosto pálido de exaustão. Duas horas — duas horas tentando conter sócios furiosos, convencer acionistas a esperarem mais três dias e, sobretudo, impedir os sócios de exigirem uma auditoria completa na empresa.
Renato foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— Você conseguiu segurar eles… mas por quanto tempo? — perguntou num tom baixo, como quem evita ecoar más notícias contra as paredes de vidro.
Cássio soltou um suspiro resignado.
— O suficiente… eu espero.
— E agora? — insistiu Renato.
— Agora seguimos com o plano — respondeu, firme, embora o olhar denunciasse o cansaço. — Sei que estou pedindo demais, mas… pode ver com o Sampaio se ele conseguiu fechar com a equipe criativa?