“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.” Clarice Lispector
Helena despertou com a luz suave da manhã atravessando as cortinas e se espalhando pelo quarto em tons dourados. Por um segundo não soube onde estava. Então sentiu — o peso morno de um braço sobre sua cintura, a respiração calma contra sua nuca… e lembrou. Santiago ainda dormia, o rosto tranquilo, os cabelos bagunçados e uma paz que ela nunca tinha visto nele antes.
Ela sorriu sozinha. Mas o sorriso morreu rápido.
— Merda… meus pais.
Santiago abriu um olho, sonolento.
— Bom dia pra você também. — Disse aumentando o aperto em sua cintura e puxando-a mais para si.
Meus pais, Santiago. Eles disseram que vinham cedo pra me ver. Cedo tipo… agora.
Ele piscou, e só então o pânico o alcançou. — Agora?!
Os dois se levantaram num atropelo silencioso. Ela procurava uma roupa no armário, ele tentava com dificuldade fechar os botões da camisa ao contrário. Quando finalmente conseguiu ficar minimamente apresentável, ouviu-se