“É que às vezes, é preciso se perder para se reencontrar.” Camila Frutuoso
Em meio ao caos do salão, e do próprio caos interno, Cássio balançava a cabeça de um lado para o outro, os olhos fixos no chão, como quem tenta encontrar um ponto de fuga dentro do próprio abismo.
O olhar vazio subiu até Helena, buscando um ínfimo traço do amor que ela antes irradiava.
— Helena… esquece tudo isso. — disse, com a voz trêmula, implorante. — A gente ainda pode ser feliz… eu te perdoo. Podemos começar de novo.”
Ela não respondeu. Não piscou.
Apenas o olhou como quem contempla uma sombra que já não reconhece.
— Você não pode fazer isso… você me ama. — Insistiu ele, a voz se partindo no meio.
— Não, Cássio. Eu amava. — disse ela, firme, cada sílaba carregando o peso da cura. — Mas nem era você. Era alguém que eu pintei na minha imaginação e projetei em você. Eu amei uma versão sua que eu mesma criei. Se tivesse visto quem você realmente era, não teria desperdiçado mais de cinco anos da minha vida ao