A África sempre teve seus mistérios,
seus sussurros noturnos,
suas sombras que caminham por conta própria.
Mas naquela lua cheia —
uma lua que parecia mais próxima da Terra do que deveria —
o ar vibrava com algo novo.
Algo ancestral.
Algo que vinha em busca de Akan.
O SIGNIFICADO QUE O TRAI
O nome “Akan” nunca fora escolhido ao acaso.
Na antiga língua de seus antepassados, significava:
“Nosso encontro traz possessões.”
E desde a infância essa frase parecia seguir o rapaz como um presságio que respirava atrás de si.
Para quem o via durante o dia, Akan era quase um encanto humano:
trabalhador, gentil, sorridente, educado, carismático,
o jovem que carregava cestos no mercado, ajudava vizinhos,
e atendia a todos com um coração aparentemente doce.
Mas quando o sol se punha…
Quando as sombras se estendiam devagar sobre a terra vermelha…
Quando a lua emergia do horizonte como um olho prateado…
Então surgia o outro Akan.
Aquele que parecia carregado de uma força que não era sua.
Aq