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Capítulo 5 – Se Ele Quer Guerra... Vai Ter

Ela...

Sabe o que mais me irrita em homens como Gregori Klaus?

Essa convicção absurda de que qualquer migalha de atenção deve ser tratada como um presente dos deuses.

O recado foi claro quando ele me deixou sozinha no quarto, como quem encerra um contrato informal depois de uma negociação bem-sucedida de corpos.

Tudo bem.

Eu seria hipócrita se dissesse que a noite não foi espetacular.

Mas foi só isso.

Sexo.

Um erro movido a álcool, tensão e um autocontrole que, claramente, não existiu.

E agora, ele acha que um convite para almoço pode resolver o quê, exatamente?

Um prêmio?

Um reconhecimento? Ou uma espécie de acordo silencioso do tipo: "Sim, te fodi, mas toma aqui um almoço para disfarçar"?

Patético.

Desnecessário.

Se ele quer companhia, que chame uma das recepcionistas sorridentes ou qualquer uma daquelas mulheres dispostas a jogar confete no ego dele.

Eu? Não.

Eu não sou essa mulher.

A recusa que ele levou não foi só uma resposta.

Foi um lembrete.

“Eu não sou parte do seu jogo, Klaus.”

E sim, talvez eu esteja exagerando.

Talvez esteja dramatizando mais do que deveria.

Mas quem não se posiciona, vira tapete.

E tapete, senhor Klaus, eu nunca fui.

Voltei para o hotel batendo os saltos no piso como se cada passo dissesse: "Engole essa."

Subi direto para o quarto, pedi meu almoço, coloquei uma playlist de jazz só para me lembrar que classe é algo que se carrega na alma, mesmo quando se quer jogar uma garrafa na cabeça de alguém.

Comi.

Respirei.

Tomei um banho longo, demorado, e silenciei qualquer pensamento que começasse com “E se…”.

No dia seguinte, claro que, como toda boa ironia do universo, a paz que eu desejei não existia.

Cheguei cedo no escritório improvisado.

E, antes mesmo de colocar os pés na sala, já ouvi aquela voz grave, impaciente e deliciosamente insuportável ecoando pelo corredor.

Suspirei.

Ótimo.

A fera acordou no modo CEO insuportável.

Que novidade.

Ajustei o blazer.

Levantei o queixo.

E entrei.

— Bom dia, doutor Klaus. — Minha voz saiu perfeitamente controlada, como se nada estivesse fora do lugar.

Ele nem levantou os olhos do Iped.

— Você está atrasada.

Chequei o relógio.

Oito e dois.

Sério? Dois minutos?

Respirei fundo, mantendo a compostura.

— Desculpe. Elevadores. — Respondi, sem rodeios.

Ele finalmente ergueu o olhar, avaliando se valia a pena começar o dia brigando.

Decidiu que não.

Que bom!

— Certo. Sente-se. Temos trabalho acumulado.

Caminhei até minha mesa, onde uma pilha de documentos parecia me olhar e dizer: "Bom dia, trouxa."

— Preciso que revise os relatórios de desempenho de todas as unidades antes do almoço. — Disse, como quem pede um café, não quilômetros de planilhas.

Arqueei uma sobrancelha.

— Antes do almoço? — Cruzei os braços.

— São o quê? Trinta?

Ele sequer piscou.

— Trinta e dois. — Corrigiu, com a serenidade de quem não tem um pingo de empatia.

Perfeito.

Ele realmente quer me matar.

Respirei fundo.

— Tudo bem. Vou começar.

Ele assentiu, como se fosse óbvio.

Porque, para ele, é.

Horas depois, ou talvez dias. Quem sabe.

Estava mergulhada no terceiro relatório quando senti.

Aquela mudança no ar.

O peso daquela presença.

Nem precisei olhar.

Sabia que Gregori Klaus estava se aproximando.

— Está demorando mais do que deveria, senhorita Baker. — A voz dele parecia um fio de navalha.

Levantei os olhos, mantendo o olhar firme.

— Doutor Klaus, se quiser qualidade, vai precisar de paciência. Se preferir rapidez, recomendo investir em inteligência artificial.

Por um segundo, só um, seus olhos arregalaram, como se não esperasse essa resposta.

Mas, claro, Gregori Klaus não é um homem que admite surpresa.

Se recompôs no mesmo instante.

— Apenas faça seu trabalho — Respondeu, frio, e voltou para sua mesa como se tivesse ganhado alguma guerra.

Segurei a caneta com tanta força que achei que ela ia quebrar.

Esse homem, esse maldito homem vai me levar à loucura.

Quando o alarme do meio-dia disparou, eu quase chorei de alívio.

Concluí o último relatório, revisei tudo e, por meio segundo, me permiti recostar na cadeira.

— Concluído — murmurei, como quem sobreviveu a um apocalipse.

Mas claro que Klaus não me daria trégua.

Nunca dá.

— Senhorita Baker — Ouvi a voz dele atrás de mim.

Fechei os olhos.

Respirei fundo.

Segura, Hayla.

Finge equilíbrio.

Vira a egípcia.

Enfim…

— Sim, doutor Klaus? —

Virei-me, sorrindo.

Profissional.

Falsa.

Impecável.

Ele segurava o Iped como quem segura uma sentença de morte.

— Preciso que reorganize todas as pastas digitais das cinco últimas aquisições. Detalhe por detalhe. Até o final do dia. Está uma bagunça.

Eu juro que, naquele instante, meu cérebro travou.

Cinco aquisições.

Detalhe por detalhe.

Até o final do dia.

— Ótimo — Sorri — Porque eu não tinha absolutamente nada melhor para fazer.

Ele arqueou uma sobrancelha, me analisando.

Sabia que havia sarcasmo ali.

Spoiler: tinha. Mas, como sempre, disfarcei com maestria.

— Meu melhor não é negociável, senhorita Baker. — respondeu, e se afastou, como quem j**a uma bomba e sai andando, casualmente.

Fiquei olhando para as costas dele por longos segundos.

Apertando os dentes.

Revirando os olhos.

— Esse homem vai ser minha ruína... — murmurei baixinho.

— Ou eu mato ele, ou eu caso.

Peguei a pilha de arquivos.

E, claro, o desastre era maior do que eu imaginava.

Planilhas desalinhadas.

Fontes diferentes no mesmo documento.

Gráficos que mais pareciam uma obra de arte abstrata feita por um chimpanzé entediado.

— Quem em sã consciência aprovou isso? — resmunguei, indignada.

Mas, sabe de uma coisa?

Se ele quer me testar, perfeito.

Ele vai descobrir que eu sou muito, muito mais difícil de derrubar do que ele imagina.

E se Gregori Klaus acha que pode me dobrar...

Ele não faz a menor ideia do tipo de guerra que acabou de começar.

Mas, o que eu não sabia, era que esse fogo que começamos, muito em breve, fugiria completamente do nosso controle.

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