Ela…
O silêncio que nos envolveu era denso, mas não desconfortável.
Era como se todas as palavras que não dissemos finalmente tivessem encontrado um espaço para existir entre nós, sem necessidade de serem faladas.
Klaus ainda estava com a testa encostada na minha, os olhos fechados, a respiração quente contra meu rosto.
Eu sentia meu coração acelerado como se tivesse corrido pela praia inteira, mas, ao mesmo tempo, havia uma calma inesperada.
Uma sensação estranha de que, por um breve momento, algo havia se encaixado no caos que era nossa convivência.
— Por que você faz isso? — perguntei, a voz tão baixa que mal me reconheci.
Ele abriu os olhos devagar, me encarando com uma intensidade que fez minha garganta se apertar.
— Faço o quê? — ele perguntou, a voz rouca.
— Me confunde — As palavras saíram antes que eu pudesse controlá-las.
— Um momento, você está distante, mal consegue me olhar. No outro, faz isso...
Klaus suspirou e se afastou um pouco, mas suas mãos permanec