Ela…
Klaus permaneceu em silêncio, sua cabeça baixa, os cabelos grudados na testa pela chuva e pelo suor.
O silêncio entre nós era denso, quase palpável, mas eu não estava disposta a quebrá-lo.
Se ele queria viver naquele casulo de dor e autopiedade, que fosse.
Eu tinha meus próprios demônios para enfrentar.
Com um suspiro pesado, virei-me e comecei a reorganizar o abrigo.
As poucas lonas e galhos que usava para nos proteger estavam desarrumados, as cinzas da fogueira quase completamente apagadas.
Eu precisava acender o fogo novamente, tanto para nos aquecer quanto para espantar os animais que poderiam se aproximar durante a noite.
Enquanto trabalhava, ouvi Klaus se mexer atrás de mim.
Um gemido baixo escapou de seus lábios, mas ele não pediu ajuda.
Claro que não.
Ele nunca pedia.
A teimosia dele era tão frustrante quanto a sua aparente incapacidade de entender que estávamos no mesmo barco — ou, melhor dizendo, na mesma ilha.
— Hayla... — sua voz soou baixa, quase um su