Ela…
Aquele hospital sempre teve cheiro de antisséptico e tensão.
Era o mesmo lugar onde encontrei Klaus em tantas madrugadas, tentando salvar o mundo com as mãos manchadas de urgência.
Mas naquela tarde, as paredes pareciam encolher ao redor de todos nós.
A dor estava presente, viva, com rosto, nome e sobrenome: Tânia Reneg. Ou, como se apresentou a cunhada de Klaus.
Tânia.
Eu estava ali, como quem não quer ser vista.
Sabia que Klaus precisava de apoio, mas também sabia que aquela era uma história da qual ele nunca me contou os detalhes — e agora ela se descortinava diante de mim, crua e sem anestesia.
Tânia estava entre a vida e a morte, seus pais inconsoláveis, e Klaus… destruído.
Sentei em uma das cadeiras da recepção reservada, afastada o suficiente para não causar desconforto.
Observei o senhor Reneg levantar, os ombros pesados demais para sua idade.
Caminhou devagar até a lanchonete do hospital.
Eu hesitei por alguns