Ela…
A luz da manhã atravessava as cortinas devagar, como se pedisse licença para entrar.
Tocava o tapete da sala, serpenteando entre as almofadas espalhadas, e alcançava meu rosto com delicadeza.
Pisquei algumas vezes, ainda presa entre o sono e a realidade, antes de perceber que não estava sozinha.
Klaus.
Deitado ao meu lado, ele ainda dormia.
O peito subia e descia com tranquilidade, os traços firmes suavizados pelo descanso.
Havia algo na presença dele que me trazia uma paz que eu tinha esquecido como era sentir.
Por um instante, não existia passado, trauma, mágoa ou dúvida.
Só ele.
Só eu.
Só o silêncio confortável de uma madrugada que virou manhã sem pedir permissão.
Observei seu rosto por longos minutos.
Lembrei das vezes em que desejei apenas isso: um lugar onde o mundo parasse de gritar, e alguém simplesmente ficasse.
Sem exigências.
Sem imposições.
E Klaus... ficou.
Sem pressa.
Se