Ele...
Levei Hayla para casa em silêncio.
Não era um silêncio pesado, daqueles que nos sufocam. Era um silêncio... respeitoso.
Como se ambos soubéssemos que qualquer palavra ali, dita antes da hora, poderia estragar o que nem sabíamos ao certo o que era.
A noite estava fria, mas ela parecia aquecida pelo próprio alívio.
Ou talvez fosse pela coragem de ter ficado, de ter escutado meu desabafo, de não ter ido embora correndo como tantas outras vezes.
Quando estacionei diante do prédio, ela me olhou.
— Quer subir? — perguntou, simples, como quem oferece um copo d’água.
Hesitei.
Ela notou.
— Não é sobre isso — disse, antes que eu pensasse bobagem.
— Não quero ficar sozinha hoje.
Assenti.
E fui.
Entramos juntos.
O apartamento estava do mesmo jeito.
Com aquela luz difusa que vinha da varanda, tocando as cortinas e dançando pelas paredes.
Ela tirou os sapatos, largou a bolsa em cima da poltrona e se