Capítulo 16 A tolerância

Ela…

O silêncio daquela praia parecia falar mais alto do que qualquer discussão.

A areia fria sob meus pés era um lembrete constante de onde eu estava, mas também do abismo que agora me separava de Klaus.

Desde nossa briga, ele havia desaparecido para o lado oposto da praia, levando consigo apenas o saco de dormir e a mala.

Eu o via, à distância, mas não fazia questão de chamá-lo.

Não mais.

A verdade é que eu estava cansada.

Cansada de carregar o peso da sobrevivência sozinha e ainda suportar o amargor dele.

Se Klaus queria se afundar em sua raiva, que o fizesse.

Eu não imploraria mais, nem tentaria entender os monstros que ele insistia em alimentar.

Agora, a minha luta era apenas minha, e eu sobreviveria, com ou sem ele.

Naquela manhã, acordei com o som das ondas quebrando preguiçosamente na praia.

O sol ainda despontava no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa.

Levantei-me, esfregando os olhos e alongando o corpo dolorido antes de começar meu dia.

Camin
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